O Meu Pai Voava - Tânia Ganho
Ora ora, se não é mais uma opinião sobre um livro de luto. Dada a frequência com que leio sobre este tema, vou saltar a explicação do porquê, que podem encontrar em várias opiniões anteriores.
O último que li foi “Notas sobre o luto” de Chimamanda Ngozi Adichie, que podem ver aqui, e que coincidentemente foi traduzido pela autora deste “O meu pai voava” – Tânia Ganho. A autora chega inclusive a comparar estas experiências de filhas que perderam o seu amado pai.
“Todos os livros que li sobre o luto. Joan Didion, Joyce Carol Oates, Julian Barnes, Chimamanda Adichie, Rosa Montero, Imma Monsó. Comecei a preparar o luto há anos, como se fosse possível prepararmo-nos para o embate da morte. Que me ensinaram estas leituras? Que o luto é uma onda que se despenha sobre nós quando menos esperamos? Creio que é esse o ponto comum a todos, mas não quero revisitá-los, não me sinto capaz de regressar às suas páginas, para já.”
Por meio de capítulos bem curtos, de uma, duas páginas, entramos dentro da vida rotineira desta família, a forma como o pai comunicava e depois, já doente, a forma como deixou de o fazer. A personalidade marcante do pai, os momentos felizes e tristes, e todas as reflexões que a autora decidiu imortalizar.
Apesar de ser um relato íntimo e pessoal da autora, este tema é sempre uma linguagem comum que impacta quem quer que o leia. Uma homenagem ao seu pai e à sua mãe que vai ficar eternizada nesta tão bonita obra de arte.
Depois de ter lido muitas das suas traduções, e agora este livro de não ficção, fiquei com curiosidade de ler o seu "Apneia".