Apenas miúdos - Patti Smith
Era julho de 1967 quando Patti Smith chegou a Nova Iorque, sem trabalho, sem dinheiro e sem amigos. Passadas algumas semanas de sobrevivência, a dormir ao relento e com comida que arranjava de estranhos, consegue um trabalho numa livraria e conhece o homem que vai mudar a sua vida para sempre: Robert Mapplethorpe.
Ambos pobres e ambiciosos, criam uma ligação indestrutível para poderem sobreviver. Arrendam um apartamento juntos e juntos ficam, com a promessa de se separarem apenas quando conseguissem ser independentes financeiramente – o que dura ainda bastantes anos.
Inspiram-se um no outro e assim se formam dois artistas – Patti poeta e desenhadora e Robert com as suas diversas criações artísticas, na forma de caixas (ao estilo de Joseph Cornell), altares, desenhos, colares, até finalmente, após alguns anos, descobrirem respetivamente a música e a fotografia.
Ao longo desta autobiografia/eulogia, seguimos as duas histórias como linhas paralelas, na época do famoso Chelsea Hotel e da Nova Iorque no fim dos anos 60 e início dos anos 70, contando com episódios onde entram pessoas como Janis Joplin, Jimi Hendrix, Jim Morrison, Andy Warhol, Bob Dylan, entre muitos outros.
Não há como ficar indiferente a esta narrativa, tanto pelas suas aventuras, como por ser uma história tão bonita de descobertas a todos os níveis: do mundo, deles próprios em toda a sua plenitude – como artistas, como pessoas, no amor e na amizade e a dedicação total das suas vidas à arte.
“We were walking toward the fountain, the epicenter of activity, when an older couple stopped and openly observed us. Robert enjoyed being noticed, and he affectionately squeezed my hand.
"Oh, take their picture," said the woman to her bemused husband, "I think they're artists."
"Oh, go on," he shrugged. "They're just kids.”